No dia 27 de fevereiro o SINDIÁGUA esteve em agenda com o vereador Aloísio Bamberg, na Câmara Municipal em Canoas. Em 2017 o Sindicato realizou agenda com Bamberg que já demonstrava à época, grande preocupação com o fato de a atual direção da Corsan estar jogando fora R$ 216 milhões do PAC para investimentos no Sistema de Esgoto da cidade. Associação direta da perda dos recursos a fundo perdido com a colocação, por parte da direção da Corsan, de Canoas no projeto de Parceria Público-Privada (PPP), justamente por falta de dinheiro.

O SINDIÁGUA fez a entrega de um dossiê com vários indícios de que as suspeitas estavam certas. Dossiê baseado em documentos, em respostas oficiais tanto da Corsan, como da Caixa Federal e do Ministério das Cidades.

O vereador se mostrou perplexo com o que foi apresentado e, de imediato, buscou agenda com o promotor de Canoas, que também é integrante do Comitê da Bacia do Rio dos Sinos, para agendar reunião com o SINDIÁGUA. Afinal, em nove cidades do Vale dos Sinos, a Corsan está abrindo mão de R$ 521 milhões a fundo perdido.

O foco das denúncias feitas pelo SINDIÁGUA é a proteção do patrimônio da Corsan e também comprovar que, se a direção da Corsan fizesse a obra que estava prevista com dinheiro público para Canoas, a PPP perderia a justificativa que o presidente da Corsan tanto alardeia de falta de recursos.

Foco também, e isso o Sindicato foi buscar com o vereador, é que dos R$ 216 milhões, ainda há possibilidade, caso a direção da Corsan tenha vontade, de assegurar R$ 62 milhões que é de uma das etapas do projeto. O restante, não há mais como reaver.

Engraçado e estranho: o presidente da Corsan diz que não licitou Canoas por falta de dinheiro federal para o PAC. Mas ele nem se habilitou a ser contingenciado. Ele não licitou, ele não iniciou a obra, não deu nem a chance de o Ministério dizer: “Olha Corsan, anula esta licitação porque não temos dinheiro”.

Suspendeu um edital de tamanha importância apenas, segundo ele, “pela situação econômica do país.” A não realização de licitação coloca todo peso da perda de R$ 521 milhões somente para o Vale dos Sinos, no colo do presidente. Ao que, certamente deverá responder, juntamente com sua diretoria, a quem de direito.