A Associação de Empregados da Eletrobras (Aeel) ameaça entrar com processos na Justiça e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra diretores e conselheiros da companhia, por gestão temerária, caso a Amazonas Energia, distribuidora da companhia no Amazonas, seja privatizada em leilão na quinta-feira.

A entidade alega que os dirigentes podem ser responsabilizados no caso da privatização da empresa, que pode levar à holding à assunção de dívidas entre R$ 8,9 bilhões e R$ 11,8 bilhões da distribuidora. “Vamos tomar as providências jurídicas [contra os executivos] “, afirmou Emanuel Torres, diretor da Aeel em entrevista ao jornal Valor.

Em nota sobre o assunto, a entidade afirma que “não medirá esforços na sua luta contra a União, o atual presidente da Eletrobras [Wilson Ferreira Pinto Júnior], diretores e  conselheiros de administração da empresa em relação aos riscos para a holding em função das condições de privatização das distribuidoras, em especial da Amazonas Distribuidora. […]
Provavelmente o seguro dos dirigentes não cobre estes atos de gestão que podem provocar grave crise de liquidez na companhia, condição nítida de gestão temerária”.

No documento, a associação dos empregados faz menção à resolução do conselho do Programa de Parceiras de Investimentos (PPI) e à decisão da assembleia de acionistas da Eletrobras que aprovaram a venda da Amazonas Distribuidora, por R$ 50 mil, com a assunção, pela holding, das dívidas da subsidiária.

Mesmo com a rejeição pelo Senado do projeto de lei que neutralizaria os custos para o novo controlador da Amazonas Distribuidora, na última semana, o governo decidiu manter o leilão. “Tenho a impressão de que se ela [Eletrobras] está mantendo [o leilão] é porque tem algum interessado”, completou Torres.

Pelo cronograma do leilão da distribuidora do Amazonas, os interessados deverão apresentar documentos com as ofertas hoje, na B3, em São Paulo. A abertura das propostas está marcada para a quinta-feira, no mesmo local. Procurada pelo Valor, a Eletrobras não comentou o assunto.

Maior e mais problemática distribuidora da Eletrobras, a Amazonas Energia registrava, em dezembro de 2016, passivos de curto prazo de R$ 6,2 bilhões, e passivos de longo prazo que somavam R$ 14,1 bilhões.

Neste ano, a Eletrobras já vendeu quatro das suas seis distribuidoras. Restam ainda a Amazonas Energia e a Ceal (Alagoas). A privatização da distribuidora alagoana, porém, está suspensa por uma liminar. (fonte: Valor online)

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