A água é um recurso natural essencial para a existência do ser humano, e quem garante o abastecimento nas casas dos baianos é a EMBASA (Empresa Baiana de Águas e Saneamento. Recentemente um assunto tem gerado muita polêmica, a elaboração de  estudos feito pelo governo do Estado que busca uma Parceria Público-Privada (PPP) para privatização do serviços de água e esgoto na Região Metropolitana de Feira de Santana e municípios de seu entorno.

Em entrevista ao Conectado News, nesta quarta-feira (08), o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (SINDAE), Grigório Rocha, afirmou que a categoria tem buscado formas para impedir a execução dessa ideia. “Existe desde 2019 propostas que vem sendo trabalhada dentro do governo da Bahia que diz respeito às várias formas de privatização da Embasa, mas estamos lutando para que isso não aconteça, sabemos os prejuízos que isso irá causar à sociedade, um deles seria o aumento gigantesco da tarifa e uma queda na qualidade do serviço à população”, afirmou.

A Embasa é uma concessionária de serviços de saneamento básico pertencente ao governo da Bahia, seu acionista majoritário, detendo 99,69% do capital total da companhia. “Por ter esse perfil, a empresa possui uma tarifa módica, para termos uma ideia, um litro da água da embasa custa 0,1 centavo, no mercado um litro de água é cerca de R$1,50”, acrescentou Grigório.

A empresa atende 366 municípios, cerca de 11,3 milhões de pessoas, com abastecimento de água e 111 municípios, cerca de 4,6 milhões de pessoas, com esgotamento sanitário. “Se abrirmos o capital da Embasa, ela passa a ser uma  empresa de mercado e assim ela cobrará preço de mercado. Um exemplo disso é a Petrobras, que é uma empresa de capital aberto, com ações na bolsa de Nova York e por conta disso os acionistas cobram que ela gere lucro, diferente da Embasa que não visa geração de lucro, todo dinheiro adquirido por ela, é reinvestido para seu próprio serviço”, explica o coordenador.

Para concluir, Grigório solicita a todos os deputados estaduais que tenham consciência e saibam que a água e o esgotamento sanitário são serviços essenciais e não podem virar objeto de lucro para empresas privadas. “Estamos mantendo contato com os movimentos sociais, com as associações de moradores, ONGs (Organizações não Governamentais), deputados da bancada baiana e com vereadores. Estamos realizando também audiências públicas”, concluiu.

 

Reportagem Luiz Santos e Engledy Braga , Conectado News