No final desta quarta-feira (25/4), o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. ainda tentou insistir na tecla de uma alternativa à Medida Provisória 814, que viabilizava a privatização da companhia e perderá a validade sem ser votada. Mas o silêncio do governo durante o dia parece ter contribuído para que os investidores reiterassem a crença de que a operação pode não se concretizar.

Segundo reportagem do jonal Valor, essa descrença pode ser medida pelos papéis da Eletrobras que caíram 11,47% só nesta quarta-feira, após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dizer que a MP não será votada. No mês, a perda é de 16,26%, embora em 12 meses a ação ainda registre valorização.

Em Brasília, o governo ainda estuda incorporar os trechos relativos à venda das distribuidoras de energia da Eletrobras que constam da MP 814 no substitutivo do projeto de privatização da estatal, que está sendo relatado pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), segundo revela o jornal Valor. O governo também vai repetir o texto da MP em um novo projeto de lei a ser enviado ao Congresso nos próximos dias.

Alternativa do governo seria a liquidação das distribuidoras

Ainda segundo o jornal, uma fonte lembra que, sem a venda das distribuidoras, a alternativa que se coloca à frente é a liquidação dessas empresas, com demissões e pagamento de dívidas, o que pode custar, conforme dados do próprio balanço da companhia, cerca de R$ 21,5 bilhões.

A reportagem diz que interlocutores do governo ainda não são taxativos quanto à inviabilidade da venda do controle das empresas, mas enxergam um “efeito devastador” da decisão do Congresso sobre os planos do governo. “O vento mudou de direção abruptamente e nós temos que ajustar as nossas velas”, lamentou uma autoridade do setor elétrico.

O presidente da Eletrobras passou o dia com técnicos da empresa analisando impactos para a estatal. No fim da tarde, quando questionado se já tinha desistido da privatização das distribuidoras, Ferreira Jr. disse confiar que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encontrará alternativa, já que ele conhece a importância do tema para a Eletrobras. (com informações: Valor Econômico)

A luta não pode parar!

A categoria tem que manter de forma contínua A luta em defesa do setor elétrico e da Eletrobras pública. Isso porque sabemos que o governo Temer não vai desistir de pressionar os parlamentares para votar a favor do Projeto de Lei 9.463/18 – o projeto da privatização da Eletrobras. Por outro lado, todos nós temos que pressionar no sentido contrário: NÃO À PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS.