Secretária da Mulher da FNU, Sônia Mendes, representou a entidade no evento que debateu a violência de gênero no trabalho e a construção de uma política nacional de cuidados.
Nos dias 26 e 27 de maio, a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) esteve presente no Encontro Nacional do Comitê de Mulheres da Internacional de Serviços Públicos (ISP), realizado em Brasília. Representando a FNU, participou a secretária da Mulher da entidade, Sônia Mendes, que integrou os dois dias de atividades ao lado de trabalhadoras de diversos ramos do setor público filiados à ISP Brasil.
O encontro teve como eixos principais a ratificação da Convenção nº 190 da OIT, que trata da eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho, e o apoio à Política Nacional de Cuidados, proposta pelo governo federal, que visa valorizar o trabalho de cuidado exercido majoritariamente por mulheres e reconhecer sua importância para a sociedade.
“A luta das mulheres urbanitárias é parte dessa agenda de combate à violência, ao assédio e por uma política pública de cuidados que considere a vida real das trabalhadoras. Estar neste encontro foi fortalecer a FNU no cenário nacional e internacional”, afirmou Sônia Mendes.
Diálogo com o governo e entrega de documento no Congresso
No primeiro dia, o debate sobre o Plano Nacional de Cuidados contou com a presença de representantes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, da Fenatrad (Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas) e do Fórum de Mulheres das Centrais Sindicais, que abordaram como os sindicatos podem contribuir para levar o tema aos estados e municípios.
Já no segundo dia, o foco foi a urgência da ratificação da Convenção nº 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A medida é fundamental para garantir ambientes de trabalho livres de violência e assédio. Um dos momentos centrais do encontro foi a entrega de um documento oficial ao Congresso Nacional, solicitando o compromisso dos parlamentares com a ratificação da C-190.
O documento da ISP destaca dados alarmantes: entre 2019 e 2021, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) registrou mais de 52 mil casos de assédio moral e mais de 3 mil de assédio sexual nas Varas do Trabalho. A subnotificação desses casos é reconhecida pelas próprias autoridades. O texto também reforça que, embora homens também possam ser vítimas, as mulheres seguem sendo as principais atingidas pelas práticas de assédio no ambiente de trabalho.
União entre comitês e planejamento de ações
O encontro foi coordenado por Luciana Melo (Luba), coordenadora do Comitê de Mulheres da ISP Brasil, com abertura do secretário subregional da ISP, João Cayres, e contou com representantes dos Comitês de Juventude, Antirracismo e LGBTQIA+. Também participaram representantes do Ministério das Mulheres e da Organização Internacional do Trabalho no Brasil.
Além dos debates, houve também o planejamento das ações do Comitê de Mulheres da ISP Brasil para 2025, incluindo estratégias de fortalecimento da luta sindical e de articulação com outras entidades e instâncias governamentais.
A ISP representa mais de 30 milhões de trabalhadores e trabalhadoras de serviços públicos em 154 países.
A FNU, como entidade filiada, reforça seu compromisso com o enfrentamento à violência de gênero, com a construção de políticas públicas de cuidado e com a promoção de ambientes de trabalho mais justos, seguros e igualitários para todas as trabalhadoras.