Urbanitárias também estarão nas ruas

Assédio, violência, políticas públicas e a ocupação de espaços são algumas das pautas que serão debatidas na agenda da Semana da Mulher. Um dos principais será realizado em Nova Santa Rita (RS), nesta terça-feira (6). As mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul farão uma conferência com a ex-presidenta Dilma Rousseff, às 15h. O objetivo é motivar as camponesas a continuar mobilizadas em defesa de seus direitos. “Trataremos de resistência e democracia, e ninguém melhor que uma mulher, que sofreu um golpe misógino e que não cometeu crime algum, para compartilhar conosco o seu testemunho de vida”, explica Salete Carollo, da direção estadual do MST, que espera a presença de mil mulheres no evento.

Em Porto Alegre, o MST realizará um ato pela Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, no dia 8. Com o lema “Quem não se movimenta, não sente as correntes que a prendem”, as mulheres pautarão temas que dizem respeito a toda a classe trabalhadora. A marcha, que percorrerá cerca de 10 quilômetros, está marcada para sair às 7h do antigo posto fiscal da receita, próximo à ponte do rio Guaíba, e deverá terminar no centro da capital. 

Em São Paulo, também na quinta-feira, movimentos de mulheres, a CUT e sindicatos irão às ruas da capital em defesa da democracia, contra os retrocessos e para dizer não à reforma da Previdência. A concentração será às 16h, na Praça Oswaldo Cruz, no Paraíso. Às 18h, as mulheres sairão em marcha pela Avenida Paulista.

O objetivo também é denunciar os retrocessos que as mulheres sofreram com o governo Temer. “Vamos intensificar nossa luta nas ruas e nos locais de trabalho em defesa de nossos direitos e da vida das mulheres. As políticas públicas estão sendo afetadas e, além disso, há cortes no orçamento para programas de combate à violência e autonomia das mulheres”, afirma a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Márcia Viana.

Debates 

Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) realizará nesta quinta a conferência “Mulher, Academia e Política“, às 10h. Com o objetivo de debater a situação das mulheres na Academia e na Política, o evento terá a participação das professoras Eva Alterman Blay (USP) e Lena Lavinas (UFRJ). 

“Será uma reflexão realizada por mulheres sobre a importância pública delas. Pois, apesar da forte presença das mulheres em todas as esferas, elas estão pouco contempladas nos cargos mais altos da universidade e da política. Por isso, há muito o que fazer ainda”, diz a socióloga e diretora da FFLCH, Maria Arminda do Nascimento Arruda.

Rede Nossa São Paulo promoverá reflexões sobre o papel da mulher na cidade, na próxima quinta-feira. A organização divulgará os resultados da pesquisa “Viver em São Paulo: Mulher”, além de debater sobre preconceito e discriminação contra a mulher no trabalho, assédio e cuidado com os filhos. O evento terá início às 11h30, no Sesc Parque Dom Pedro, com a presença de Esther Solano, pesquisadora e doutora em Ciências Sociais, a vereadora Sâmia Bonfim (Psol) e Joice Berth, arquiteta e urbanista.

Outras regiões

A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) inicia nesta segunda, no Campus da Liberdade, em Redenção (CE), a Programação Unificada da Semana da Mulher. Hoje haverá roda de conversa sobre heroínas negras, com o projeto de extensão “Sobre o corpo feminino – literaturas africanas e afro-brasileira”, com a facilitação da professora Luana Antunes, do Instituto de Humanidades e Letras (IHL).

Já nesta terça-feira (6), a programação conta com a mesa “Mulheres em movimento: a resistência nas universidades e nas ruas”, com participação do Diretório Acadêmico Estudantil da Unilab. No dia 8 haverá a Marcha pela Democracia e o Fim da Violência contra as Mulheres, às 8h30, saindo do Campus da Liberdade em direção ao Centro de Redenção. 

Na Paraíba, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) também terá atividades. Às 7h, haverá a Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, em São Sebastião de Lagoa de Roça. Durante tarde, no mesmo dia, está prevista uma apresentação, às 17h do coral Coro em Canto, da UFCG, na sede da ADUFCG e, em seguida, uma mesa redonda com o tema: Estratégias de Combate ao Assédio e a Violência contra as Mulheres.

Em Ouro Preto (MG), também no dia 8, a União Brasileira de Mulheres (UBM) realizará o ato “Greve Internacional de Mulheres: solidariedade é a nossa arma“, às 16h, na Praça Tiradentes. A manifestação reunirá as diversas lutas das mulheres contra todos os tipos de violência e ataques sofridos.  

De acordo com a página oficial da UBM Ouro Preto, o governo tem feito uso de uma política machista e reacionária contra os direitos do povo e atingido principalmente as mulheres trabalhadoras. “Temer agora joga todo seu peso para votar a reforma previdenciária, que irá tornar ainda mais precária nossas vidas. Além disto, todas nós sabemos que as mulheres são vítimas das mais diversas violências e o Brasil ocupa o alarmante 5ª lugar no ranking de feminicídios no mundo”, critica o texto publicado.

Para discutir o assédio sexual no trabalho, o Ministério Público do Trabalho (MPT) promove na quinta, em Recife, debate que também lançará uma campanha apontando como enfrentar a situação, conscientizando trabalhadores e empresas. O evento será às 10h, na sede do MPT (Rua 48, 149).

Em Brasília, a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a embaixada da França no Brasil realizam a “Conferência & Debate: Os desafios do combate à violência contra a mulher“, na sexta-feira (9), às 14h30, na Sala Le Corbusier da embaixada. Estão confirmadas as participações de Alice Debauche, escritora e socióloga francesa, e Djamila Ribeiro, pesquisadora e feminista. (fonte: Rede Brasil Atual)

Urbanitárias irão às ruas no 8 de março: Água e Energia não são mercadorias!

As urbanitárias engrossam a luta no Dia Internacional da Mulher e irão às ruas neste ano, em especial, para defender o direito à água e a energia para todos.

“As mulheres urbanitárias estão no dia a dia lidando com a questão da água, do saneamento ambiental e da energia nas empresas em que trabalham. As companheiras do setor de saneamento estão bravamente nas frentes de lutas nas entidades sindicais, batalhando contra a privatização das companhias estaduais de saneamento, como forma de preservar a água como um bem público e universal. As companheiras do setor elétrico estão fazendo a resistência contra a privatização do sistema Eletrobras e a entrega do patrimônio nacional à iniciativa privada que só visa lucro”, explica a Secretária da Mulher da FNU, Giovana Barros.

FSM e FAMA 2018

As mulheres urbanitárias estão mobilizadas para participarem de dois grandes fóruns internacionais que acontecem, agora em março, no Brasil.

Entre os dias 13 e 17 de março, em Salvador –BA, acontece o Fórum Social Mundial – FSM – e a Assembleia Mundial de Mulheres terá agenda exclusiva no dia 16 de março. Neste dia será uma oportunidade para as mulheres urbanitárias apresentarem ao mundo a sua pauta de lutas: a defesa da água e da energia como bens públicos, a necessidade de ampliar a participação feminina no mundo sindical, ainda tão marcado pelo domínio masculino, contra o preconceito, contra a reforma da previdência, a necessidade da equidade salarial entre homens e mulheres, dentre outros pontos.

Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA 2018 – que será realizado entre os 17 e 22 de março, em Brasília, também será outro importante espaço para as mulheres urbanitárias fazerem a defesa ao direito à água e ao saneamento e se posicionarem contra a mercantilização da água e sua privatização.

Na noite do dia 20/3 está programada a grande plenária Mulheres e Água.

8 de março será nas ruas!

Vamos à luta, dizer não aos retrocessos, a retirada de direitos, a violência e exigir mais espaço para as mulheres urbanitárias!