Diante da ameaça de privatização, trabalhadores e trabalhadoras da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO) participaram de um ato, organizado pelo sindicato da categoria, o SINDISAN, no pátio da empresa, na manhã da quarta-feira, 05. Desde o início do seu governo, Fábio Mitidieri vem externando, em entrevistas na imprensa local, a sua intenção de privatizar parte dos serviços prestados pela Companhia, por meio de concessão comum para a iniciativa privada por 30 anos, seguindo o modelo adotado em Alagoas há pouco mais de dois anos e que já vem acumulando problemas.

O presidente do SINDISAN, Silvio Sá, aponta que, seguindo a modelagem feita pelo governo alagoano com a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Fábio Mitidieri deve passar para a iniciativa privada, por concessão, a parte lucrativa da DESO, que é a distribuição de água, coleta dos esgotos e a cobrança desses serviços aos usuários na ponta, deixando a parte mais complexa e onerosa, que são a captação e o tratamento da água, com a DESO.

“Ou seja, ele só vai repassar para a iniciativa privada o filé mignon, a parte que dá lucro. Será danoso para o Estado e prejudicará a população, especialmente a parcela mais pobre, que inevitavelmente vai pagar muito mais caro pela tarifa, como aconteceu nas cidades alagoanas dos blocos de regionalização que entraram na concessão, e em todos os lugares em que houve privatização do saneamento”, alerta o presidente do SINDISAN, Silvio Sá.

“Por isso reunimos os trabalhadores para dialogar sobre o cenário atual e mobilizá-los, porque eles também serão prejudicados. Onde houve privatização, as demissões foram em massa, com forte impacto econômico e social. Em Alagoas, a Casal demitiu mais de 500 trabalhadores. E com as concessões à iniciativa privada, o serviço de abastecimento de água melhorou? A resposta é não. Então, vamos continuar com as nossas mobilizações e dialogando com a população para alertar dos perigos e problemas se esse projeto do governador de Sergipe for adiante”, afirma Silvio Sá.

Ao final do ato, os trabalhadores juntaram-se e, em coro, lançaram palavras de ordem contra a privatização e em defesa da DESO como o patrimônio do povo sergipano. Na voz uníssona dos trabalhadores, “vai ter resistência, vai ter luta!”, e o sindicato seguirá usando de todos os instrumentos ao seu alcance para evitar que esse patrimônio dos sergipanos seja entregue à iniciativa privada, com enormes prejuízos para o povo e para o Estado.