Adoção do ilegítimo voto de minerva no Conselho Deliberativo, precarização dos planos de saúde para ativos, redução dos aposentados a “custo pós-emprego”, criação de artimanhas para não cumprir os acordos firmados e ataques constantes à entidade de autogestão criada pelos eletricitários e eletricitárias. Não são poucos os motivos para irmos às ruas neste 11 de agosto, bradar: A Cemig Saúde é nossa!

Apesar de todas as tragédias já impostas ao povo mineiro – a destruição da educação, das estatais e dos serviços públicos –, não basta para a gestão do governador Romeu Zema. A perseguição aos trabalhadores ativos e aposentados das estatais não parece ter alívio. As atitudes covardes da gestão da Cemig em relação aos beneficiários da Cemig Saúde e de suas famílias rompem um processo democrático histórico que se mantém desde a criação do plano, em 2010.

A investida mais contundente da gestão da Cemig começou no mês de abril de 2021: uma proposta extremista que expulsa grande parte dos atuais beneficiários do plano por impossibilidade de arcar com os custos financeiros majorados por ela. Além disso, haveria uma diminuição da qualidade dos serviços ofertados  perda de benefícios já consolidados, como reembolso de medicamentos, FCAS, dentre outros.  

Basicamente, a gestão da Cemig tenta criar uma divisão entre os trabalhadores quando propõe a exclusão da contribuição da empresa ao plano de saúde relativa aos aposentados. Essa manobra fere o princípio de mutualidade do plano. A proposta ainda determina a redução do plano atual para um pacote básico, com enfermaria e cobertura mínima. Com pegadinhas e truques, o pacote de maldades tenciona criar um racha na categoria.

A partir da apresentação da infame proposta, seguiu-se uma série de ações autoritárias que desqualificam a forma constitutiva da Cemig Saúde como autogestão. A diretoria da Cemig Saúde, sob o comando de Anderson Ferreira, é negligente e parcial em relação à gestão da Cemig, faltando com seus deveres institucionais. Desde o início dos ataques, a direção do plano de saúde se manteve inerte em vários momentos, renunciando ao dever natural de se defender como entidade autônoma, econômica e administrativamente. Estamos nas mãos de uma diretoria executiva submissa às vontades da gestão Zema!

E a intenção de tudo isso é das piores: colher os frutos podres em forma de dividendos para os sanguinários acionistas e envelopar a Cemig para a privatização pelo Governo do Estado.

Lembramos que a manutenção do plano de saúde é de responsabilidade da gestão da empresa para tratar, também, os efeitos de uma vida inteira de trabalho, principalmente aos que já se aposentaram. Não vamos permitir que a gestão Zema na Cemig tire seu custeio do plano, se isentando desta responsabilidade para enfiar dinheiro no bolso dos acionistas.

Ignoram acordos negociados, atacam conquistas históricas, subestimam a coragem e a disposição da nossa gente. Nosso recado é este: não vamos tolerar o calote! 

O Sindieletro convoca os beneficiários para um grande ato em frente à sede da Cemig em Belo Horizonte. Precisamos impedir a progressão dos ataques aos direitos da categoria.

Todos os instrumentos legais já estão sendo acionados pelas vias judiciais cabíveis, e todos os aliados na ALMG e na Câmara Federal serão mobilizados para denunciar as armações perversas dessa gestão. Mas o cerne da luta parte da categoria. É preciso estar presente e atento. Avisar que não vamos abrir mão do que construímos. Avisar que os direitos essenciais de nossas famílias serão preservados! Vamos derrotá-los na Cemig e colocá-los para fora de nossas estatais, construídas a duras penas com o suor e o sacrifício do povo mineiro.

Depois que os antigos trabalhadores da ativa, hoje aposentados, asseguraram o lucro e o crescimento espantoso da Cemig, querem tirar um bem valioso que garante a vida para eles? Isso é quebra de contrato, um verdadeiro calote. Não vamos deixar! A Cemig Saúde é nossa!

Dia: 11/8/22, quinta-feira

Horário: A partir de 10h

Local: Sede da Cemig em Belo Horizonte: Av. Barbacena, 1200