Foi realizado no dia 22 de junho, na Câmara Municipal de Juiz de Fora, o lançamento do livro “ Riani: As botinas tentaram calar”, uma homenagem a História de um dos grandes sindicalistas do país, Clodesmidt Riani (101 anos), presidente de honra da FNU.  A obra descreve com detalhes as lutas de Riani em defesa dos direitos da classe trabalhadora e a perseguição sofrida por ele durante a ditadura militar.  O livro é de autoria do jornalista Aníbal Pinto, e tem prefácio de Maria Thereza Goulart, ex-primeira-dama do Brasil.

Trajetória de lutas

A trajetória sindical de Riani teve inicio em 1949, ao participar do movimento do Sindicato dos Trabalhadores em Carris Urbanos de Juiz de Fora, quando foi nomeado em assembleia para representar a entidade em uma comissão que iria ao Rio de Janeiro, então Distrito Federal, para discutir a revisão dos salários que estavam congelados há três anos.

Riani lutou pela união dos trabalhadores dos bondes e da força e luz em um só sindicato, objetivo alcançado com a criação do Sindicato dos Trabalhadores da Energia Elétrica de Juiz de Fora. Já exercendo a presidência da entidade,  participou do conselho da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).

Eleito presidente da CNTI em dezembro de 1961,  assumiu o cargo em janeiro de 1962, representando os trabalhadores brasileiros em mais uma conferência da OIT, em Genebra, Suíça, onde apoiou os delegados dos países africanos, que abandonaram a reunião em protesto contra a política do  apartheid praticada pela África do Sul.

Vice-presidente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), criado em agosto de 1962, empenhou-se na imediata concretização do programa de reformas de base, lançando mão de diversas formas de mobilização, particularmente a greve.

Preso político e o retorno à luta sindical

Riani foi preso em Juiz de Fora e teve seus direitos políticos suspensos por dez anos por força do Ato Institucional nº 1 (AI-1), promulgado no dia 9 de abril de 1964. Em abril de 1964 a CNTI sofreu intervenção federal, sendo entregue a uma junta governativa.

Enquadrado pela Lei de Segurança Nacional como subversivo, foi condenado em dezembro de 1965 a 17 anos de prisão. Em julho de 1966 teve a pena reduzida para dez anos pelo STM e, dois anos depois, graças a recurso acolhido pelo Supremo Tribunal Federal, para um ano e dois meses. Foi então libertado, pois já estava preso há quatro anos e dois meses, e retornou ao trabalho na Companhia Mineira de Eletricidade.

Em março de 1980 elegeu-se delegado do Sindicato dos Trabalhadores em Energia Hidrelétrica de Juiz de Fora junto ao Conselho de Representantes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas de Minas Gerais. Em agosto de 1981 participou da I Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, realizada em Praia Grande (SP).

17º Congresso da FNU elegeu Riani seu presidente de honra

 Em maio de 2006, durante o 17º Congresso da Nacional dos Urbanitários, o plenário o elegeu presidente de honra da Federação Nacional dos Urbanitários, um reconhecimento a toda uma vida dedicada à luta dos trabalhadores. Também por ser um dos grandes participantes da formação e fortalecimento de uma entidade nacional urbanitária, a então FNTIU(Federação dos  Trabalhadores nas Indústrias Urbanas).

A FNU nesse momento de homenagens reafirma sua admiração pelo companheiro Clodesmidt Riani, um homem com uma História de vida dedicada à luta dos trabalhadores e da democracia no país.