Na tarde da quarta-feira (04/05), representantes da Embasa e do Sindae reuniram-se na sede da empresa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), para tratar sobre o Acordo Coletivo de Trabalho – ACT 2022/2023 e o pagamento do PPR 2021.

Esta é a segunda reunião de negociação do ACT e apenas as cláusulas com impacto econômico foram objeto de negociação, uma vez que as demais cláusulas estão validadas até o final de abril de 2023.

Na reunião a Embasa apresentou uma proposta diferente do que historicamente é corrente nas negociações. Desta vez, para as cláusulas econômicas, a proposta atrela a reposição salarial ao que está sendo praticado pelo Governo do Estado nos órgãos da administração direta. Conforme a recomendação da SAEB (Secretaria de Administração do Estado da Bahia) seria aplicado um reajuste de 4% sobre os salários base e a incorporação de uma parcela de R$300,00. Contudo, as demais cláusulas financeiras, a exemplo do vale alimentação e auxílios creche, educação, filho com deficiência e material escolar, teriam reajustes abaixo da inflação, ou seja, de apenas 4%. Outro grande problema dessa proposta é que traria perda salarial para a maioria dos (das) empregados (as) da Embasa, que teriam reposição salarial bem abaixo da inflação. No mês passado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,73% e pode superar os 13% na data base da categoria, que é 1° de maio.

O Sindae reagiu destacando que a orientação do Governo da Bahia não se aplica à Embasa (que tem orçamento próprio e total independência financeira e administrativa), mas apenas às empresas dependes do tesouro estadual. Diante disso, trazer essa argumentação à negociação do ACT da Embasa é totalmente fora de lugar e significa uma quebra de padrão histórico em relação ao que vem sendo praticado nos últimos 15 anos, estranhamente em ano eleitoral. O que será que isso significa?

Por outro lado, o Sindae reiterou a proposta aprovada pela categoria e que consta da pauta de reinvindicações, garantindo a reposição integral da inflação pelo INPC verificado no período de maio de 2021 a abril de 2022, mais incorporação de R$400,00 nos salários a título de ganho real. Além disso, o sindicato não abre mão de reajuste nas demais cláusulas econômicas.

Como encaminhamento da reunião, ficou definido que na próxima rodada de negociação serão debatidas as cláusulas da pauta de reivindicações uma a uma, inclusive as propostas de alteração de redação solicitadas pela categoria nas assembleias.

PPR – Em relação ao pagamento do PPR 2021, mais uma vez a direção da empresa demonstrou sua total intransigência e se manteve inflexível em relação à sua proposta de pagamento do programa nos mesmos moldes do ano passado, ou seja, 15% para a parcela linear e 85% proporcional ao salário. A postura insensível da diretoria da Embasa em relação aos anseios da categoria conduz a negociação para o impasse, uma vez que os (as) trabalhadores (as) não aceitam essa imposição e o sindicato reafirmou em mesa que, sem avanço na parcela linear, não haverá acordo.

O assunto será debatido na reunião da diretoria ampliada do Sindae e um movimento mais forte poderá ser deflagrado nos próximos dias para protestar contra a intransigência da empresa.

Observação: a proposta de reajuste conforme recomendação da SAEB é de 4% sobre o salário base e demais cláusulas que gerem impacto financeiro + parcela de R$ 300,00 (trezentos reais) incorporado ao salário base.