29/07/2015
NOTA DA FNU

A Direção da Federação Nacional dos Urbanitários sempre pautou sua atuação pelo respeito às discussões internas dos seus sindicatos filiados. Em seus 64 anos de vida a FNU sempre teve como premissa o respeito à vida politica das entidades que a compõe, por entender que a democracia operária se constrói assim, movida a debates, disputas e posicionamentos políticos antagônicos. Assim sendo, a atual gestão da FNU não autoriza o uso do nome da entidade em qualquer material gráfico, seja jornal, panfletos, mídia eletrônica ou mesmo, referências a seu nome em reuniões.

Arilson Wunsch

Presidente da FNU

 

 

28/07/2015

Sindicalismo se faz com luta e mobilização

Como diria o compositor Caetano Veloso, alguma coisa está fora da ordem. A Federação e o CNE que fazem a luta, realizam greve por 23 dias, enfrentando os patrões e o governo, é acusada de “pelegar” por uma “outra federação”,que faz greve final de semana e véspera de feriado, que terceiriza a luta através da judicialização e se derrama em elogios ao Diretor de Administração da Eletrobras, dizendo que o mesmo está fazendo um grande trabalho pelo “esforço” por apresentar 70% de uma folha,e que se arredondasse para uma já seria aceitável.O mundo deve estar de cabeça para baixo.

A direção dessa “outra federação” deve considerar que os trabalhadores da Eletrobras são muito mal informados, sem capacidade de analisar o que foi a luta pela PLR 2014. Toda a mobilização feita, as reuniões de negociação, as assembleias, a interlocução política, os informes, a greve por tempo indeterminado, enfim todo o processo que culminou com a sua aprovação pela categoria.

A FNU e o CNE representam a imensa maioria da categoria não por acaso. Essa confiança se dá pelo seu histórico de lutas e mobilizações, a seriedade e a transparência, com que discute com a direção da Holding e o Governo, mas sempre de cabeça erguida e independência, fazendo greve e paralisações sempre que necessário ou quando se esgota a possibilidade de negociação.

O CNE e a FNU jamais apostarão na omissão ou na terceirização da luta, colocando nas mãos da Justiça as negociações da categoria eletricitária, seja no ACT ou na negociação da PLR.

Os omissos que preferem às sombras dos gabinetes, os conchavos, a pequenez política felizmente são minoria. A FNU e o CNE sabem o tamanho da responsabilidade que tem, das expectativas, dos sonhos que representam, portanto, continuará seguindo em frente, decidindo coletivamente, ouvindo todos sindicatos e as bases que eles representam.

A FNU e o CNE jamais discriminarão qualquer trabalhador na mesa de negociação. Porém, essa representação deve comungar das mesmas práticas de mobilização, quem quiser fazer a luta sempre será bem vindo.

 

Responda rápido

Na Campanha da PLR 2014, quantos dias de greve fez cada Federação, a FNU/CNE fez no mínimo 23 dias. E a “outra” Federação?

 

Assinou, tem que cumprir

 

A direção da Eletronuclear parece que está fora da curva quando se trata do cumprimento do ACT e compromissos acordados com os seus trabalhadores. Essa postura equivocada se traduz em o não pagamento da 1º parcela do 13º salário e dos tíquetes acertado no fechamento da PLR 2014, bem como, a suspensão das férias, fato que atrapalha o planejamento de vida dos seus empregados.

Durante a 1º rodada de negociação o CNE alertou a direção da Eletrobras que é preciso cumprir tudo que foi assinado. Os trabalhadores devem ter seu direito respeitado. A FNU e o CNE vão continuar cobrando uma nova postura da direção da Eletronuclear, pois ações deste tipo mostram um despreparo ou um desapreço à democracia e aos direitos conquistados pela categoria. Assinou, tem que honrar, tem que cumprir.

 

Privatização das distribuidoras é um ato de traição com os trabalhadores

A Federação Nacional dos Urbanitários e o Coletivo Nacional dos Eletricitários vêm denunciando, desde 2014 a farra das nomeações de assessores com altos salários dentro das distribuidoras de energia do Sistema Eletrobras. Naquele momento o coletivo não teve dúvidas em afirmar que se tratava de uma barganha política, que visava acomodar apadrinhados dentro das empresas, mesmo em um momento onde a direção da Holding ,Órgãos do Governo Federal, como o MME e o DEST pregavam a austeridade nas contas. Uma total contradição.

Hoje, o CNE não tem dúvida que esses mesmos assessores tinham um papel ainda maior ao serem nomeados, a estratégia era preparar as distribuidoras para o processo de privatização. Esse tipo de ação já foi muito utilizada por governos tucanos no passado, e que infelizmente  o Governo Dilma seguindo orientações “Levyanas” está retomando, que é o de iniciar o processo de desmonte de uma empresa de forma sorrateira, “inchando” a folha, para que depois alegassem que a empresa é inviável e tem que ser colocada a venda.

A nomeação da atual Ministro e Minas e Energia, Eduardo Braga, foi outra sinalização de que havia o interesse do Governo em privatizar as distribuidoras. Já que o mesmo nunca escondeu de ninguém, que era a favor da privatização das distribuidoras, desde que as mesmas fossem atrativas ao mercado.

O CNE vai à luta para impedir a privatização das distribuidoras, por entender que estas empresas tem um papel muito além da questão de mercado. As mesmas são responsáveis pelo desenvolvimento econômico e de justiça social, em regiões que precisam da presença do estado em serviços essenciais para a sociedade. As experiências da venda de distribuidoras de energia no Governo FHC foram um desastre, com milhares de trabalhadores demitidos, terceirização intensa, precarização da mão de obras, má qualidade nos serviços e tarifas exorbitantes para a população.

Os trabalhadores vão se mobilizar para esta luta, por isso no dia 30 de julho, será realizado em Goiânia o primeiro de uma série de atos contra a privatização da Celg e das demais distribuidoras de energia do Sistema Eletrobras. Pois, hoje querem privatizar as distribuidoras, amanhã se não fi zermos nada poderá ser a geração e a transmissão. Uma verdadeira traição com os trabalhadores.

QUADRO DAS NOMEAÇÕES POR EMPRESA

  • Amazonas Energia- 1115 Trabalhadores e 181 gestores.
  • Eletrobras Distribuição Acre- 272 Trabalhadores e74 Gestores.
  • Eletrobras Distribuição Roraima- 271 Trabalhadores e 48 Gestores.
  • Eletrobras Distribuição Rondônia – 753 Trabalhadores e 94 Gestores.
  • Eletrobras Distribuição Alagoas- 1.038 trabalhadores e 102 gestores.
  • Eletrobras Distribuição Piauí- 1.172 trabalhadores e 104 gestores.

 

DESAFIOS DA FNU/ CNE

 

– Cumprimento do acordo da PLR 2014.

– Garantir PLR em 2015, 2016, 2017 e 2018.

– Garantir um ACT 2015 decente.

– Lutar contra as privatizações.

– Lutar por um novo modelo do setor elétrico.

– Lutar por um sistema Eletrobras com gestão transparente e eficiente, onde os trabalhadores sejam o seu maior patrimônio.

 

 

20/07/2015

Ocultar a crise hídrica é ignorar o direito humano à água em São Paulo

por: CUT-SP

 

A cada semana deste ano surge um novo enfrentamento, seja relacionado à terceirização, à redução da maioridade penal ou ao financiamento empresarial de campanha eleitoral. É nesta conjuntura que os movimentos têm como desafio incorporarem às suas lutas a defesa do meio ambiente e dos recursos naturais, como a água. E, ao mesmo tempo, desmascararem que a crise hídrica paulista tem como responsável o governador Geraldo Alckmin. A afirmação é da secretária de Imprensa da CUT São Paulo, Adriana Magalhães, na abertura do 1º Curso de Formação de Formadores do Coletivo de Luta pela Água, realizado neste sábado (18), na zona sul da capital paulista.

Para a dirigente, há um conservadorismo que faz tentativas constantes de desmontar o estado democrático de direito e, por isso, pontua Adriana, o Coletivo de Luta pela Água tem como tarefa a construção de lutas unitárias. “O direito humano à água deve ser respeitado e a nossa tarefa é fazer o enfrentamento”.

Pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gabriel Gonçalves explicou que, desde a década de 1970, o Planasa (Plano Nacional de Saneamento) começou a dar subsídios para que os estados fortalecessem suas pequenas empresas e regulamentassem a tarifação. “Mas o processo de construção do saneamento foi vinculado ao fundo financeiro, que era acionado por causa de questões como o aumento da população, o que gerava déficits permanentes e, nos anos de 1980, vem a crise”.

Nesse período, o representante da Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo, Antônio Pedro, o Tonhão, lembrou que a disputa da década de 1980 se deu junto a outras bandeiras como o acesso a creche e o saneamento básico de qualidade. “Depois da aprovação da Constituição Federal, fomos ocupando espaços de conselhos para fazer este debate e construindo espaços nas periferias”, relembra ao citar a disputa relacionada à mercantilização da água”.

No Planasa, completa Gonçalves, constava que só as empresas da construção civil eram privadas. E, no momento de crise, nasce a questão de como que as empresas estaduais poderiam fazer a autogestão do recurso, sem quebra. “Foi daí que abriram a Sabesp [Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo], em 1997, para a Bovespa [Bolsa de Valores de São Paulo] e, em 2002, para a Bolsa de Nova York”.

Segundo ele, essa medida abriu um mercado maior para os capitalistas financeiros acessarem fundos públicos e valorizarem cada vez mais as suas ações.

No site do MAB, reportagem do jornalista Bruno Ferrari aponta que estimativas feitas a partir de um relatório divulgado ano passado pela Sabesp, entre 2003 e 2013, mostra que cerca de um terço do lucro líquido total da companhia foi repassado aos acionistas. Isso representa R$ 4,3 bilhões, “o dobro do que a Sabesp investe anualmente em saneamento básico”, aponta o texto.

Riscos à vida

A engenheira sanitarista, Erika Martins, garante que “o governo de São Paulo já culpou São Pedro pela crise hídrica, a população pelo desperdício, a irrigação e a falta de tecnologia”. Para ela, a escassez hídrica está relacionada à falta de investimentos e a falhas de gestão não assumidas pelo governo do PSDB em São Paulo.

Erika exemplifica que a média da vazão afluente (que entra no sistema) ao sistema Cantareira, de 1930 a 2014, foi de 39,1 m³/s e a vazão outorgada para Sabesp é de 31 m³/s e para a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) é de 5 m³/s. “Isso significa que o sistema tem enorme risco. Essa situação culminou com a crise da vazão que, em 2014, chegou a 8,7 m³/s”.

Diante desses e de outros dados, Erika ressalta que o governo não respeitou o princípio da precaução, pela ausência de providências, o que coloca a população em risco. Para ela, a falta de água suficiente no sistema público pode levar a população a procurar alternativas, em locais onde a água não seja potável. “Isso pode desdobrar em riscos de doenças como disenteria, hepatite A, febre tifoide e até mesmo a cólera”, diz.

Edson, da FNU, fala sobre futura audiência pública – Foto: Sérgio Silva

No dia 16 de julho, reportagem do El País Brasil divulgou que “casos de diarreia aguda tiveram um aumento importante no Estado de São Paulo em 2014, associado à crise hídrica”. Segundo a matéria, quem faz esta avaliação é o próprio Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), órgão da Secretaria Estadual de Saúde, ligado ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

O coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e assessor da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Edson Aparecido da Silva, destaca que nos dias 20 e 21 de agosto haverá uma audiência sobre a crise hídrica no estado de São Paulo, convocada pelo Ministério Público Estadual (MPE). “Ali haverá a possibilidade de fortalecimento da unidade entre os vários movimentos e entidades que atuam no tema. Ao mesmo tempo, é importante a abertura que o MPE nos dá de aprofundar a judicialização da escassez hídrica, incorporando à pressão popular”.

Sentindo na pele

Gabriel Gonçalves, do MAB, avalia que o direito da população há muito tempo é vilipendiado. “Na zona leste onde moro, às 19h já não dá para fazer arroz com a água da torneira. Você começa a fazer uma espécie de cisterna na geladeira com garrafas pet”, exemplifica.

O estudante de jornalismo, Bruno Martins, é morador do município de Santa Isabel. Ele relata que a crise hídrica começou a se acentuar na região por volta de agosto de 2013, especialmente nos bairros altos. “Morava no bairro Vila de Guilherme e a água era cortada às 10 horas da manhã, mas só voltava na parte da noite ou de madrugada”, conta.

Bruno, que está no último ano do curso, hoje escreve um livro-reportagem sobre a crise hídrica e a omissão do governo de São Paulo. “Em períodos de crise, a população de Santa Isabel chegou a sair até as bicas do centro da cidade com galões de água para conseguir o mínimo necessário. À noite se formavam até mesmo filas nesses locais”.

Para Erika, a população deve reservar água em caixa d’água, fazer cisternas para água de chuva, utilizar poços e nascentes e fazer o controle social.

Também de Santa Isabel, o presidente Jair Simão, da Associação dos Pescadores Amadores de Santa Isabel África Nilo, apresenta outro problema. “O governo de São Paulo quer fazer a transposição do reservatório Jaguari para a Bacia do PCJ. Se ele fizer isso, sem a construção de uma barragem próxima ao nosso município, ele deixa a cidade sem nenhuma gota d’água”.

 

Segundo Jair, a associação protocolou, em 11 órgãos, um abaixo-assinado de 6.654 assinaturas contra o projeto de interligação do governo.

Distorção da realidade

A jornalista Fernanda Ortero apresentou de forma analítica manchetes da grande imprensa para explicar a manipulação do fatos no ano passado quando a crise hídrica começou a se acirrar. O contraponto, segundo ela, se deu por meio de reportagens produzidas pela mídia alternativa em espaços como a internet.

Nos primeiros meses, explicou, as chamadas negavam a crise no estado de São Paulo. Em junho de 2014, a tendência da imprensa tradicional era de generalizar o problema afirmando que a crise era de todo o Brasil, não específica.

Em ano eleitoral, Fernanda demostrou como manchetes de alguns veículos chegaram a tratar o assunto de forma subjetiva para dar o recado ideológico. Um dos jornais mostrou que na Califórnia, nos EUA, a multa para quem desperdiçava água naquela região era de R$1.000. Para a jornalista, tendências como esta tiveram como objetivo reforçar que a culpa da crise era de fato da população paulista, não de gestão do governo de São Paulo.

O ativista do Coletivo de Luta pela Água, Hamilton Rocha, reforçou a blindagem de Alckmin, em aliança com os meios tradicionais, e a luta na comunicação como estratégia central. “Temos que utilizar as mídias alternativas para divulgar as lutas que estamos realizando, produzir conteúdo, mas fazer a distribuição disso em uma ação coordenada entre os movimentos sociais”, propôs.

 

 

18/07/2015

Com delação e “barulhaço”, Cunha está mais perto de cair que Dilma

por: Blog da cidadania

A iniciativa tomada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, na última sexta-feira, de despachar 11 “atualizações” de pedidos de impeachment apresentados à Secretaria Geral da Mesa Diretora daquela Casa contra a presidente Dilma Rousseff, revela mais o desespero de quem o fez do que a concretização da ameaça de “explodir” o governo dela.

A situação de Cunha se deteriora a cada minuto após a divulgação de que o lobista Júlio Camargo confirmou a acusação do doleiro Alberto Yousseff de que o presidente da Câmara pediu e recebeu propinas de, pelo menos, 5 milhões de dólares. A isso, somaram-se denúncias de Yousseff e Camargo de que Cunha lhes fez ameaças envolvendo, até, suas famílias.

A declaração de guerra de Cunha contra o governo, na forma de anúncio de “rompimento”, gerou um resultado que por certo foi além das piores previsões do presidente da Câmara. A posição dele não teve o respaldo do PMDB, seu partido, nem de siglas da oposição.

Surpreendentemente, oposicionistas como o líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), que disse ser “muito grave” o anúncio de “rompimento” feito por Cunha, juntaram-se a consenso no PMDB de deixá-lo “isolado” para não prejudicar a relação do partido com o governo.

Como se não bastasse, a semana terminou ainda pior com o expressivo “barulhaço” que se espalhou pelo país na hora em que Cunha fazia pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, enquanto a hashtag #CunhaNaCadeia se tornava a mais citada em todo o mundo nas redes sociais.