Em mais uma reunião virtual realizada entre a diretoria do Sindicato dos Urbanitários da Paraíba (Stiupb), com a Comissão de Negociação da Energisa na última sexta-feira, 01/12, em continuidade à negociação do Acordo Coletivo de Trabalho e discussão sobre o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), a empresa continuou irredutível no atendimento dos pleitos do sindicato e da categoria.
A Energisa alega impossibilidade de efetuar o adiantamento da PLR para este ano e ainda tentar modificar várias conquistas da classe trabalhadora, implantando uma nova modalidade de modalidade para o Plano de Saúde, propondo planilha por idade, seguindo as diretrizes da ANS, além de reajuste de 17% na mensalidade do plano.
A empresa ofereceu um reajuste salarial para este mês, ou seja, o INPC do período, e descarta o pagamento o valor retroativo ao mês de novembro (que é a nossa data-base) historicamente respeitado pela empresa.
A Energisa quer alterar também o auxílio funeral que é pago em espécie (querem colocar como prestação de serviço; também querem modificar o reajuste do seguro de vida.
Lamentamos profundamente irresignados que a Energisa se oponha em pagar o adiantamento de parcela de nossa PLR, situação que não justifica, visto que a empresa tem apresentado lucros vultuosos (ver matéria abaixo sobre o assunto), resultado dos recebimentos das contas de energia dos consumidores residenciais e das industriais, empresariais que estão em dia, bem como, as contas dos poderes públicos.
O Sindicato dos Urbanitários da Paraíba segue firme na luta para garantir os direitos dos trabalhadores.
Saiba a verdadeira realidade do grupo Energisa.
O grupo Energisa registrou lucro líquido de R$ 921,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, crescimento de R$ 867,8 milhões em relação a R$ 53,9 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Isso representa um aumento considerável de 1.609,6% do lucro durante este período. Estes dados estão no relatório financeiro divulgado pela empresa no dia 12 de novembro.
De acordo com o balanço divulgado, desconsiderando efeitos não recorrentes, incluindo a marcação do mercado dos bônus de subscrição da 7ª emissão de debêntures, o grupo apresentou um lucro líquido de R$ 636,9 milhões no trimestre, o que representa um aumento de 198,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, e em considerado o cenário de pandemia , evidência- se claramente um crescimento financeiro consolidado do grupo neste período.
Nos primeiros nove meses de 2020 o lucro líquido atingiu o patamar de R$ 1,4 bilhões, aumento de 714,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o grupo, o desempenho financeiro do trimestre é resultado do: “crescimento expressivo do mercado nos segmentos residencial e rural, disciplinado na gestão de custos e alocação eficiente de capital”.
Ressalte- se ainda que esse resultado foi influenciado pela marcação a mercado dos bônus de subscrição da 7ª emissão de debêntures da empresa, que apresentou um aporte de R$ 348,7 milhões.
Em desconsiderando os efeitos não recorrentes o lucro líquido registraria uma alta de 198,6% na comparação anual, totalizando R$ 636,9 milhões, ressaltou o grupo Energisa.
Seguindo este contexto, o lucro obtido antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,4 bilhão no trimestre, formalizando um crescimento de 38,2% de um ano para outro.
A Energisa atribuiu a estes resultados do trimestre um “crescimento expressivo do mercado nos segmentos residenciais e rurais, disciplinado na gestão de custos e alocação eficiente de capital”.
De acordo com a empresa, o consumo na classe residencial avançou 5,9% no período, enquanto no segmento rural cresceu 9,7%. Ressaltando ainda que a classe industrial, que foi uma das muito impactadas pelos efeitos da pandemia, apurou alta de 4,1% no trimestre.
Assim, mesmo diante de todo o colapso causado pela pandemia o Grupo Energisa consolidou- se no mercado de energia, obtendo crescimento no consumo de suas classes consumidoras, como também, conquistou um expressivo crescimento do lucro líquido consolidado.
Não é por demais deixar de ressaltar que mesmo antes de que houvesse acentuação da pandemia, a Energisa aderiu as MP’s 927 e 936, fator este que a fez gerir uma projeção de economia já que recebeu dinheiro do governo federal para manutenção dos empregos. Além do mais, houve subsídio do governo federal quando da suspensão do corte das unidades consumidoras residenciais, além de manter o seu trabalho de maneira continua na arrecadação dos consumidores comerciais, que não foram objeto das medidas do governo no tocante a não suspensos de fornecimento.
Por todos estes motivos, e observando que há um perfeito equilíbrio financeiro da empresa, acreditamos que a Energisa deve trazer uma negociação justa, e que de fato atenda a realidade de seus trabalhadores que de maneira mais ampla sofreram e sofrem com os efeitos da pandemia da Covid-19.
O presidente do Stiupb, Wilton Maia Velez, afirmou que o cenário de enfrentamento é muito complicado, por conta da pandemia do Covid-19: “Pois apenas dispomos da discussão virtual, bem diferente de outros tempos, quando podíamos realizar assembleias e manifestações e até paralisações de advertência”.
A Energisa, além de não querer fazer o pagamento do adiantamento da PLR para o final deste ano (como fez habitualmente nos anos anteriores), agora vai repassar o reajuste no Plano de Saúde em 17% e quando se trata de reajuste salarial está apresentando uma proposta de reajuste salarial da inflação (INPC) dividido em duas parcelas: sendo uma (a metade) agora para dezembro, sem retroativo; e a outra (a outra metade) para maio de 2021. A empresa ainda quer alterar a fórmula de contrato dos coordenadores.
“Estamos estudando a possibilidade de solicitar uma mediação junto ao Ministério Público do Trabalho, para que possamos ter a garantia da manutenção das cláusulas sociais do Acordo vigente, o que a Energisa não quer manter”, além de trazer algumas inovações como teletrabalho e outros temas. Portanto o ACT 2020 aí que parece tá longe de ter uma solução nesse ano.
Ainda esta semana, em dia a ser definido, haverá uma assembleia virtual com os trabalhadores para detalhamento dessas negociações.
Fonte: Ascom Stiupb