Um dos grandes nomes História do sindicalismo brasileiro e do ramo urbanitário completa na data de hoje, dia 15 de outubro, 100 anos,  trata-se do  presidente de honra da FNU, Clodesmidt Riani. Dono de uma rica biografia de lutas em prol da classe trabalhadora brasileira, o companheiro Riani tonou-se uma referência para todo movimento sindical.

Sua trajetória sindical teve inicio em 1949, ao participar do movimento do Sindicato dos Trabalhadores em Carris Urbanos de Juiz de Fora, quando foi nomeado em assembleia para representar a entidade em uma comissão que iria ao Rio de Janeiro, então Distrito Federal, para discutir a revisão dos salários que estavam congelados há três anos.

Riani lutou pela união dos trabalhadores dos bondes e da força e luz em um só sindicato, objetivo alcançado com a criação do Sindicato dos Trabalhadores da Energia Elétrica de Juiz de Fora. Já exercendo a presidência da entidade,  participou do conselho da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).

 

Representante na Organização Internacional do Trabalho

Em 1958 representou o governo na reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada em Genebra, na Suíça. Candidato à reeleição em outubro, obteve uma suplência, vindo a exercer o mandato de agosto a setembro e de outubro a novembro de 1959, e em caráter efetivo, a partir de outubro de 1960.

 

Presença marcante na CNTI e na Formação do histórico  CGT

Clodesmidt Riani foi eleito vice-presidente da CNTI em 1960, durante o III Congresso Nacional dos Trabalhadores, realizado no Rio de Janeiro em agosto daquele ano, trabalhou pela criação do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).

Eleito presidente da CNTI em dezembro de 1961,  assumiu o cargo em janeiro de 1962, representando os trabalhadores brasileiros em mais uma conferência da OIT, em Genebra, Suíça, onde apoiou os delegados dos países africanos, que abandonaram a reunião em protesto contra a política do  apartheid praticada pela África do Sul.

Vice-presidente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), criado em agosto de 1962, empenhou-se na imediata concretização do programa de reformas de base, lançando mão de diversas formas de mobilização, particularmente a greve.

Golpe militar e perseguição

Riani foi preso em Juiz de Fora e teve seus direitos políticos suspensos por dez anos por força do Ato Institucional nº 1 (AI-1), promulgado no dia 9 de abril de 1964. Em abril de 1964 a CNTI sofreu intervenção federal, sendo entregue a uma junta governativa.

Enquadrado pela Lei de Segurança Nacional como subversivo, foi condenado em dezembro de 1965 a 17 anos de prisão. Em julho de 1966 teve a pena reduzida para dez anos pelo STM e, dois anos depois, graças a recurso acolhido pelo Supremo Tribunal Federal, para um ano e dois meses. Foi então libertado, pois já estava preso há quatro anos e dois meses, e retornou ao trabalho na Companhia Mineira de Eletricidade.

Contudo, os problemas com a Justiça não haviam terminado, em decorrência do IPM da CNTI, que continuava sob intervenção. Em agosto de 1969 recebeu voz de prisão e, processado em outubro, foi condenado a dois anos de reclusão, sendo levado para o presídio da ilha Grande (RJ). Após cumprir um ano e seis meses da pena foi posto em liberdade por bom comportamento. De volta a Juiz de Fora e à Companhia Mineira de Eletricidade, retomou os estudos, completando o curso técnico de eletrotécnica, em novembro de 1972, no Colégio Estadual Sebastião Patrus de Sousa.

Riani reassumiu as atividades sindicais em fevereiro de 1979, ao ser eleito vogal do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Hidrelétrica de Juiz de Fora na 1ª Junta de Julgamento e Conciliação da Justiça do Trabalho.

Em março de 1980 elegeu-se delegado do Sindicato dos Trabalhadores em Energia Hidrelétrica de Juiz de Fora junto ao Conselho de Representantes da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas de Minas Gerais. Em agosto de 1981 participou da I Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, realizada em Praia Grande (SP).

17º Congresso da FNU elegeu Riani seu presidente de honra

 Em maio de 2006, durante o 17º Congresso da Nacional dos Urbanitários, o plenário o elegeu presidente de honra da Federação Nacional dos Urbanitários, um reconhecimento a toda uma vida dedicada à luta dos trabalhadores. Também por ser um dos grandes participantes da formação e fortalecimento de uma entidade nacional urbanitária, a então FNTIU(Federação dos  Trabalhadores nas Indústrias Urbanas).  Nesse momento de comemorações e homenagens pela passagem dos seus 100 anos, a FNU reafirma sua admiração pelo companheiro Clodesmidt Riani.