No dia 1° de maio histórico, que reuniu todas as centrais sindicais brasileiras em um ato unitário, no Vale do Anhangabaú, na capital paulista, mais de 200 mil trabalhadores e trabalhadoras aprovaram, por unanimidade, a greve geral no dia 14 de junho contra a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL).

“Está aprovado! O Brasil irá parar em defesa do direito à aposentadoria dos brasileiros e das brasileiras. A única forma de barrar essa reforma é fazer o enfrentamento nas ruas. É greve geral”, destacou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, que conduziu a votação junto aos trabalhadores e trabalhadoras.

“A proposta de Bolsonaro e seu guru, Paulo Guedes [ministro da Economia], é cruel com o povo. Querem acabar com o auxílio-doença, dificultar o auxílio-maternidade, acabar com o direito dos trabalhadores, sobretudo os mais pobres, de receberem pensão e aposentadoria para sobreviver. É por isso que vamos parar dia 14”.

Segundo o presidente da CUT, se o problema do governo é arrecadação de dinheiro, as centrais sindicais têm uma proposta de reforma Tributária para apresentar.

“Se Guedes quer arrecadar R$ 1 trilhão que vá tributar os ricos e milionários que têm jatinho, avião e jet ski. Não venha querer tirar do povo trabalhador”, ressaltou Vagner, reforçando que a proposta de reforma Tributária das centrais foi construída em conjunto com a Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal).

Unidade na luta

E não são apenas as centrais sindicais que estão unidas contra a reforma da Previdência. Os movimentos sociais ligados às frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e diversos partidos políticos, como PT, Psol, PSB, PC do B, também estão na luta em defesa do direito do povo se aposentar.

Ex-candidato à presidência da República pelo PT, o ex-prefeito de SP, Fernando Haddad, parabenizou a unidade da classe trabalhadora e destacou que o momento é de união para barrar os desmandos do governo de Bolsonaro, que tem só quatro meses de gestão e já mostrou que é a continuidade piorada do governo ilegítimo de Michel Temer (MDB), autor da reforma Trabalhista que destruiu 100 itens da CLT e contribuiu para a criação de postos precários de trabalho. E a geração de 6 milhões de empregos prometidos pelos que traíram a classe trabalhadora para aprovar a nova lei trabalhista se transformou em pesadelo, com taxas recordes de desemprego.

“Não há diferença entre as propostas de Bolsonaro e Temer. São só cortes de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários”.

“Cadê o emprego e a renda que prometeram há três anos atrás?”, questionou Haddad, ressaltando a perda de mais de 43 mil postos de trabalho com carteira assinada no último ano.

Fonte: Agência CUT