O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou em entrevista ao portal R7, da Rede Record, que prepara um pacote de projetos de lei que serão enviados à Assembleia Legislativa, entre eles o que prevê a privatização da Cemig.

Entre as grandes empresas de energia elétricas do país, a Cemig tem ações negociadas em bolsa e está sob controle do Estado de Minas Gerais. “O que nós vamos fazer e precisamos fazer, porque Minas não tem outra saída a não ser essa, é uma redução drástica como nunca houve no Estado em relação ao custeio”, disse Zema, segundo o R7.

Para levar adiante a redução de gastos, afirmou o governador, será necessário que a Assembleia aprove “várias leis que o Executivo vai propor nesse sentido”. “Uma delas é privatizar as empresas estatais”, continuou ele ao citar uma das leis que tentará aprovar.

Perguntado se a Cemig fará parte do projeto de privatização, disse: “Sim. Diria que o Tesouro Nacional, dentro da renegociação da dívida com o Estado de Minas, ele exige que empresas do Estado sejam privatizadas. Na lei não está claro o grau de exigência, mas é objetivo nosso que o Estado concentre naquilo que realmente traz retorno para a população, que é saúde, segurança e educação.”

O novo governador, que assumiu o cargo no dia 1º de janeiro, já declarou que quer a adesão de Minas ao regime de recuperação fiscal, do governo federal. O regime permite aos Estados em crise fiscal ficarem por três anos sem pagar o serviço de sua dívida com a União em troca de uma série de medidas para reduzir gastos, entre elas a venda de estatais.

Durante a campanha, Zema defendeu a privatização da Cemig – a maior estatal de Minas. Depois, mudou um pouco o tom dizendo que a proposta seria discutida não no início do mandato, porque antes seria preciso melhorar a gestão e, assim, elevar o valor de mercado da companhia.

Mas ao R7, Zema voltou a colocar o assunto como uma de suas primeiras medidas. Na entrevista, ele voltou a atacar a forma como, segundo disse, as estatais mineiras têm sido geridas.

“As empresas estatais, está claríssimo, são usadas com finalidade política para dar cargos a apadrinhados. Quero ser o governador de Minas que mais vai perder poder no mandato. Quero entregar um governo muito mais enxuto porque essas empresas esqueceram que elas existem para atender os clientes.” (fonte: Valor)

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