Com problemas de abastecimento na região metropolitana de São Paulo, Sabesp enfrenta um problema de gestão e “identidade”

Com 49,3% de suas ações na Bolsa de Valores, a Sabesp vive uma situação dúbia na hora enfrentar o problema de abastecimento e a preservação dos reservatórios de São Paulo. Para o assessor de saneamento da Federação Nacional dos Urbanitários – FNU, Edson Aparecido da Silva, a companhia enfrenta um problema de gestão.

Em entrevista ao jornalista Rafael Garcia, na Rádio Brasil Atual, o especialista também aponta que há uma falta de transparência por parte do governo estadual e da empresa sobre a distribuição de água. “A Sabesp não toma medidas que possam diminuir o consumo, pois, ao impactar na receita, vai atrapalhar a relação de mercado que a empresa tem. Ela vive uma dualidade entre ser uma empresa de negócios e que também presta serviços públicos, atendendo a população e seus acionistas”, critica.

Com o sistema Cantareira com 39,6% de sua capacidade,  registrado na última quarta-feira (1º/8),  Edson alerta que, depois da crise hídrica de 2014, a ameaça volta a rondar a região metropolitana. “A Sabesp adotou uma série de medidas naquela época, que foram importantes para adiar outra crise. Se a falta de chuvas se mantiver, nada evita que vivamos nova crise”, lamenta.

Ainda segundo ele, ações como a transposição do Rio Itapanhaú, de Bertioga, não resolvem o problema de abastecimento a longo prazo. “Essas medidas, que são mais voltadas às obras e sem relação com a demanda de água, fazem a população viver com a expectativa de vivermos uma crise de abastecimento.”

Ouça a entrevista.

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