Virada mais uma página da história da Sanepar, com a mudança na diretoria, é hora de refletir a respeito de tudo o que ocorreu nestes últimos três anos em que a empresa passou por inúmeras mudanças, foi usada e abusada politicamente enquanto os trabalhadores e trabalhadoras que pegam pesado no batente ficaram chupando os dedos.

Na gestão de Mounir Chaowiche o que se viu foi o aumento dos gastos com publicidade, inúmeras viagens e a cooptação de gerentes, coordenadores e chefes para sair em busca de votos para seu projeto pessoal de virar deputado nas eleições deste ano.

Enquanto isso, os saneparianos viram seus interesses e necessidades jogados num canto, ao mesmo tempo em que assistiram a melhora do desempenho da empresa por conta do seu esforço, do aumento exagerado nas tarifas e do corte brutal de pessoal.

Valorização mesmo ficou só nos discursos, porque nos últimos anos não houve qualquer mudança na politica de recursos humanos para beneficiar quem realmente trabalha. Pelo contrário, os salários permaneceram arrochados e o piso operacional é um dos mais baixos na área do saneamento no País. Isso é uma vergonha para o setor, tendo em vista a sua enorme responsabilidade com a saúde pública e o atendimento da população nas horas em que ela mais precisa.

Elogio não enche barriga!

Como qualquer outro trabalhador, o sanepariano tem família e muitas obrigações a cumprir, necessitando, portanto, de uma boa remuneração para ter tranquilidade ao desenvolver suas atividades, mas isso não tem sido reconhecido pela direção da empresa.

Para reverter esse triste cenário é preciso retomar as ações do Coletivo de Sindicatos que representam os trabalhadores e trabalhadoras da Sanepar. A união e a solidariedade precisam ser restabelecidas para exigir da nova diretoria da empresa a reabertura do diálogo com as entidades no sentido de discutir as reivindicações e recuperar o tempo perdido, fazendo assim com que todos possam ser tratados com dignidade e respeito, independente do cargo ou local onde prestam serviços.

Com nossa força poderemos dar a volta por cima nas discussões em torno do Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2019, sabendo que com o apoio dos saneparianos será possível pressionar a empresa a atender às expectativas de avanços que vêm sendo alimentadas ano a ano, mas que não foram levadas em conta por uma gestão que se preocupou apenas com seus projetos pessoais.

Mas, felizmente, o mundo dá voltas e em breve vai chegar a nossa hora de dar o troco, derrotando nas urnas aqueles que usaram a Sanepar como palanque para se eleger.