Sanepar apresentou na quinta-feira (6/09) a proposta de revisão do PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração) aos Sindicatos, em reunião realizada na sede da empresa, em Curitiba.

Como é de costume, a proposta praticamente veio fechada e deve ser discutida por uma Comissão Mista, formada por quatro representantes da Sanepar, quatro dos Sindicatos e um da CCEE (Conselho de Controle das Empresas Estaduais).

A diretoria tinha até o dia 21 de agosto para apresentar o PCCR, mas deixou expirar o prazo e agora está com pressa, pois quer fazer bonito para os investidores, como exemplo de gestão comprometida com seus interesses.

Fica clara a intenção da Sanepar de aplicar as mudanças estabelecidas na Lei 13.467/2017, a reforma trabalhista, sob o pretexto de se adequar à nova legislação, ao atual cenário econômico do País e à mudança no perfil dos trabalhadores e trabalhadoras.

Isto é reforçado na “Carta de Princípios” da proposta do PCCR, na qual é ressaltada a defesa da “preservação da sustentabilidade econômico-financeira”, classificada pela empresa como“inegociável”, a busca do alinhamento do Plano com os objetivos e metas estratégicas e da “mitigação de passivos trabalhistas”. Ou seja: a diretoria da Sanepar está querendo utilizar a revisão para liquidar as ações que os trabalhadores e trabalhadoras movem na Justiça requerendo direitos não pagos.

Um exemplo disso são as mudanças nas escalas de revezamento das ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) e das ETAs (Estações de Tratamento de Água). A Sanepar quer impor jornadas de 6 horas e de 12 horas e quem quer que seja mantida a escala atual deverá retirar a ação que tem na Justiça.

Apesar de nessa “Carta de Princípios” prever o “reconhecimento da força de trabalho (esforço e desemprenho)”, a proposta não aponta nenhuma forma de avanço salarial, dando a entender que essa revisão está sendo feita mesmo para apertar ainda mais o cerco nos trabalhadores e trabalhadoras, dificultando ainda mais a ascensão profissional e deixando de lado qualquer perspectiva de valorização daqueles que realmente vestem a camisa da empresa.

Parece que tudo aquilo que possa “comprometer a sustentabilidade” da empresa é proibido, com exceção dos altíssimos gastos com a remuneração da diretoria e dos diversos cargos comissionados que a Sanepar tem para abrigar apadrinhados políticos.

Fonte: Ascom Sindael