As mulheres têm necessidades de saneamento únicas em comparação aos homens

Uma das formas mais difundidas de discriminação de gênero experimentadas diariamente pelas mulheres é o acesso inadequado a banheiros privados. A alegação é de um novo artigo de pesquisadores da Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade de Columbia e do Comitê Internacional de Resgate, ambos dos Estados Unidos, publicado na revista Water, em uma edição especial sobre Água, Saneamento e Higiene em Contextos Humanitários.

As mulheres têm necessidades de saneamento únicas em comparação aos homens. Isso porque cerca de 1/4 de todas as adultas do planeta estão menstruadas agora – ou a qualquer momento. Encontrar locais seguros e privados para a realizar a higiene chega a ser um desafio, principalmente em locais com poucos recursos ou superlotados, como favelas, campos muito afastados e centros de refugiados, por exemplo.

Segundo Maggie Schmitt, uma das autoras da análise, a falta de banheiros adequados – com portas, fechaduras e latas de lixo – resulta em estresse, constrangimento, desconforto físico e violência (física e moral) baseada em gênero.

Marni Sommer, professora na Columbia, realizou outras pesquisas que indicam que a discussão com mulheres sobre suas necessidades de higiente são raras. Os principais fatores para isso são a perpetuação de tabus sobre a menstruação, desconforto em relação à higiene da mulher e expectativas sociais da “modéstia feminina”.

Outro estudo já apontou que as mulheres realizam tarefas domésticas mais cedo do que os homens. Com isso, muitas acabam assumindo a missão de levar e/ou acompanhar bebês, crianças, idosos ou pessoas com deficiência ao banheiro. Simplicando, elas assumem o papel de ajudar parentes que têm dificuldades, e acabam ficando mais contrangidas, estressadas e até sofrem discriminação para usar o sanitário.

De acordo com este artigo, a ansiedade de encontrar um toilet adequado fora de casa também pode resultar na ausência das mulheres em algumas atividades simples, tais como frequentar a escola ou ir às compras.

A falta de acesso a banheiros adequados no ambiente de trabalho pode afetar a produtividade, o bem-estar e até a presença de mulheres no emprego. E isso pode ser agravado durante a menstruação.

Para os autores do artigo, desenvolver e instalar sanitários femininos adequados pode ajudar os países a atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) que tratam de educação, economia, saneamento e gênero.

“Uma recomendação sobre como integrar o conceito de banheiros femininos adequados nas questões de água e saneamento é incorporar componentes básicos desenvolvidos por organizações que trabalham com água, saneamento e higiene, além de governos, agências internacionais, como a como UNICEF, e ONGs”, afirmou Schmitt. (fonte: Revista Galileu)

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